Hitória e Títulos

 

Guilherme de Aquino Fonseca, fundador do Sport Club do Recife, era integrante de uma rica família pernambucana. Seu pai, João d'Aquino Fonseca e sua mãe Maria Eugênia Regadas Aquino Fonseca eram exigentem quanto a conduta e caráter dos filhos, então, mandou Guilherme à Inglaterra para realizar seus estudos. Ele estudou na Universidade de Cambridge onde se formou engenheiro. Quando da Europa voltou, no ano de 1903, trouxe, além de sua formação, a paixão pelo futebol que era, àquela época, um esporte de elites.

A partir dos primeiros contatos com a bola, o jovem recifense começou a sonhar alto. Ao voltar, prometia a ele mesmo, que fundaria um clube de futebol, que mais tarde, viria a ser o Sport, e, com a habilidade latina, seria possível jogar melhor que os ingleses. Em breve, também poderiam existir vários outros clubes, e o futebol ganharia popularidade rapidamente, pensava Guilherme, que, com seu próprio dinheiro, comprou bolas, apitos e todo tipo de material necessário para a prática do esporte.

Em 13 de maio de 1905, ao meio-dia, no salão da Associação dos Empregados do Comércio do Recife, era fundado o Sport Club do Recife. Junto com o clube, nascia também o futebol pernambucano, já que não há registros de qualquer time de futebol no Estado antes da fundação do Leão da Ilha.

Dias depois da fundação, mais precisamente em 28 de maio, foi formada a primeira diretoria do Sport, com a seguinte formação:

Presidente - Elysio Alberto Silveira, Vice-presidente - Boaventura Alves Pinho, 1º Secretário - Mário Sette, 2º Secretário - Frederico Rúfilo de Oliveira, Tesoureiro - Oscar Torres, Procurador - Alberto Amorim, Diretor de Esportes Terrestres - Guilherme de Aquino Fonseca, Diretor de Esportes Marítimos - Paulino de Miranda, Diretor da Tuna Musical - Carlos Meneses.

Ata da Fundação do Sport
1905 - Primeira Partida
Esteve bastante concorrida a festa de inauguração deste Club, comparecendo crescido número de senhoritas e cavalheiros. Constou o festival de uma partida de footboll, em que tomaram parte, sócios do Sport Club e do English Eleven. A partida foi bem jogada de ambas as partes, havendo um empate em 2 x 2.

Felicitamos a diretoria do Sport Club pelo empate alcançado, pois sendo uma sociedade nova, não se deixaram vencer pelo English Eleven, um time formado por ingleses, funcionários de companhias britânicas. - Diário de Pernambuco (24/06/1905).
Pelos comentários do Jornal do Recife, talvez o jornal que melhor tenha resumido o jogo, o Sport começou atacando e depois o English Eleven equilibrou, o campo do Derby estava cheio de lama, onde hoje é o campo da PMPE, o jogo foi assistido por famílias e animado pela banda da Polícia Militar.
A primeira vitória aconteceu em 1906, no dia 29 de abril, 1 x 0 sobre o Western Telegraph, no mesmo campo do Derby, gol do atacante Fellows.
O primeiro Título Estadual

Em 1916 O Sport inova trazendo o zagueiro Paulino do América do Rio e na primeira vez que o Sport disputa o Pernambucano, vence o campeonato numa final realizada no dia 16/12 contra o Santa Cruz pelo placar de 4 x 1, escalado com: Cavalcanti, Briant e Paulino, Town, Robson e Smerthurst, Asdrúbal, Mota, Anagam, Vasconcelos e Smith. Durante a mesma disputa o Sport goleou o Náutico por 8 x 0, em 01/10.
Em 1917 o primeiro Bicampeonato Estadual
O Sport, reforçado pelo atacante Ciro Werneck oriundo do Botafogo, vence de virada o Santa Cruz por 3 x 1 e levanta o seu primeiro Bicampeonato Pernambucano.
Time do Sport no Bicampeonato: Cavalcanti, Briant e Paulino; William, Teague e Salazar; Hogger, Werneck, Tobias, Batista e Zé Luís.
A partir de 1918 o Sport começa a mandar seus jogos no Campo da Avenida Malaquias
Neste ano, o Sport trouxe o primeiro jogador estrangeiro para atuar no futebol pernambucano, o atacante Uruguaio Mazullo.

Em 1919 a primeira excursão e criação do Escudo
O Sport, com seu pioneirismo, fez uma excursão em Belém-PA, que era então um centro de futebol mais desenvolvido. Empatou em 3 x 3 contra um combinado Remo-Paysandu.

Em seguida, na disputa do troféu Leão do Norte, um belo troféu onde havia uma escultura de um leão, o Sport venceu o mesmo combinado por 3 x 2, levando o troféu, o que deixara inconformada a torcida paraense que tentou retomar o cobiçado troféu, ocasião em a cauda do leão foi partida.

O belíssimo troféu de bronze francês, que mais tarde viria a ser o motivo de criação do mascote, como também pela criação de uma das alcunhas do Sport: Leão do Norte.

Em 1920 o Sport é três vezes Campeão
A conquista de mais um Título Pernambucano, o terceiro da história do Clube, se deu em 15 jogos. O Leão somou 12 vitórias, uma delas por 6 x 1 sobre o Náutico, 1 empate e apenas 2 derrotas. A final, em duas partidas, foi contra o Santa Cruz e o Sport empatou a primeira por 1 x 1 e venceu a segunda por 1 x 0, em 3 de abril de 1921.

O primeiro Tricampeonato do Sport - 1923 a 1925
 

Em 1923, com uma excelente campanha, 12 jogos com 11 vitórias e apenas 1 derrota. Em 1924, mais uma boa campanha, 13 jogos com 11 vitórias, 1 empate e 1 derrota. E em 1925, o Sport soma 7 vitórias, 2 empates e 1 derrota. Assim, conquista o seu primeiro tricampeonato Pernambucano.

Em 1928 o Sport conquista mais um Pernambucano

Com uma goleada de 5 x 0 sobre o Náutico, o Sport inicia e vence mais uma vez o Pernambucano, desta vez de forma invicta e com uma novidade: trouxe pela primeira vez para Pernambuco um técnico estrangeiro, o uruguaio Carlos Viola.

 

Em 1935 a primeira Sede
Em 29 de novembro de 1935 o Sport compra o terreno da sua sede, a então "Chácara da Ilha do Retiro". Para conseguir o dinheiro, o clube vendeu as taças conquistadas nas suas duas primeiras décadas de existência, além de doações de Rubro-Negros.
 
A Ilha do Retiro
No dia 4 de abril de 1937, o Sport inaugura o estádio da Ilha do Retiro num amistoso contra o Santa Cruz, que o Leão venceu por 6 x 5, num jogo disputado. No dia 11 de julho acontece o primeiro jogo do Campeonato Pernambucano, Sport x Tramways que terminou com o placar de 2 x 2.
 
Em 1938, mais um título invicto
 
Em mais uma campanha memorável, após um intervalo de dez anos, o Sport levanta mais um troféu de Campeão Invicto do Pernambucano.
 
 
O Sport, em 1941, inicia mais um Tricampeonato com mais um título invicto

O ano de 1941 foi de muita festa para a torcida Rubro-Negra, afinal, o Sport vence mais um Pernambucano com uma equipe nitidamente superior às demais, sendo, inclusive, a base da seleção Pernambucana. O início de mais um tricampeonato, veio novamente de forma invicta e com uma goleada de 8 x 1 sobre o Náutico dentro dos Aflitos.

No final deste ano o Sport teve a audácia de empreender uma temporada pelo Sul e Sudeste do País com o intuito de popularizar o futebol nordestino.

O Sport jogou em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Disputou dezessete partidas, vencendo onze, empatando duas e perdendo apenas quatro jogos.

Com resultados históricos, o Leão da Ilha impressionou os clubes do Sul e a imprensa, obtendo o reconhecimento nacional. Alguns de seus jogadores foram contratados para atuar em outros clubes. Zago, Djalma e Ademir ficaram no Vasco. Magri no América-RJ. Pirombá no Flamengo, e Pinhegas no Fluminense.

1942 – Sport Bi-Campeão!

Ao voltar da excursão realizada pelo Sul e Sudeste do País, o Sport conquista mais um bi-campeonato pernambucano.

Em mais uma final contra o Santa Cruz, o Sport é Tri-Campeão em 1943

Num Campeonato confuso, onde o Náutico abandonou a competição e o segundo turno foi interrompido, A equipe do Sport conquista o Tricampeonato vencendo o Santa Cruz pelo placar de 3 x 0 na final.
 
Sport, Campeão de 1948 
Desta vez quem abandonou o campeonato foi o Santa Cruz, e nas finais contra o América,  Sport venceu os dois jogos sagrando-se mais uma vez Campeão Estadual.
 
Em 1949, o Sport venceu tudo o que disputou
 
O Sport é campeão de Terra e Mar, conquistando não apenas os títulos do futebol e remo, como também vôlei, basquete, pólo-áquático e muitos outros.
 
A Copa do Mundo de 1950 e a primeira reforma da Ilha
 
A CBD convidou o Sport para sediar uma das partidas do Mundial.
 
Quando o estádio foi indicado para sediar a partida entre Chile e Estados Unidos, A comissão da FIFA fez severas exigências quanto à segurança do público, e para atingir tal objetivo, foi necessário um grande mutirão de Rubro-Negros. E numa verdadeira prova de amor, sócios e torcedores Rubro-negros colaboraram ativamente, inclusive colocando, literalmente, a mão na massa para ajudar a construção. A arquibancada foi aumentada com o fechamento do anel superior. A capacidade, passou para cerca de 20 mil pessoas. Também foram construídos os vestiários e túneis para os jogadores e juízes, além do alambrado que separava a torcida do campo.
 
A Ilha foi aprovada e sediou, com sucesso, a partida entre americanos e chilenos, que venceram por 5x2.
 
 
Um Campeão em obras  
Além de conquistar o Pernambucano em 1953, visando as comemorações do Cinqüentenário do Clube que seria comemorado em 1955, outra empreitada foi deflagrada pelos Rubro-Negros, Foi construído um novo lance de arquibancada, instalada a iluminação, poço artesiano, campo de treinamento, bilheterias e portão olímpico.
 
Cinqüentenário comemorado com título
 
Na final contra o Náutico, o Sport conquista o título de Campeão Pernambucano no ano do seu Cinqüentenário.
 
Nesta época, o ilustre Rubro-Negro e presidente do Sport, Adelmar da Costa Carvalho, é homenageado e empresta seu nome ao Estádio.
 
1956 - Sport ergue, outra vez, o troféu e é Bi-Campeão, de novo!

Depois de vencer os dois turnos, o Sport elimina a necessidade de finais e é Bicampeão.


Um Leão no Velho Mundo

 

Em 1957, o Leão da Ilha faz sua primeira excursão à Europa, e apesar das muitas dificuldades e contusões durante a viagem, conquistou resultados significativos na Alemanha, Portugal, França, Turquia, Israel e Espanha. Foram 16 jogos, com 5 vitórias, 3 empates e 9 derrotas, com 41 gols pró e 43 gols contra.

 

O Sport conquista o Pernambucano
Em 1958, a exemplo de 1956, depois de vencer os dois turnos, o Sport elimina a necessidade de finais e é Campeão do Pernambucano.